A Livraria do Congresso dos Estados Unidos anunciou a lista anual de gravações a preservar no National Recording Registry, e entre as obras selecionadas em 2025 está Back to Black, o segundo álbum de estúdio de Amy Winehouse, lançado em 2006.
A inclusão deste disco na colecção histórica representa um reconhecimento do seu impacto cultural, artístico e emocional, e garante a sua preservação para as futuras gerações como um marco incontornável da música contemporânea.
Criado em 2000, o National Recording Registry visa proteger gravações que sejam consideradas “cultural, histórica ou esteticamente significativas”, assegurando a sua conservação como património sonoro dos Estados Unidos e do mundo.
Com produção de Mark Ronson e Salaam Remi, Back to Black é uma obra profundamente pessoal e emocional, marcada por temas como o amor tóxico, a perda, o vício e a autoexploração.
A sonoridade recupera o espírito do soul clássico, com influências claras da Motown, do jazz e do R&B dos anos 60, fundidas com uma abordagem moderna e confessional. Faixas como “Rehab”, “You Know I’m No Good”, “Tears Dry on Their Own” e a intensa “Back to Black” tornaram-se símbolos de uma geração e catapultaram Amy Winehouse para o sucesso mundial.
O álbum valeu-lhe cinco prémios Grammy, incluindo Álbum do Ano e Canção do Ano, tornando-se num dos discos mais premiados e influentes da década. Mas mais do que os prémios ou as vendas — que ultrapassaram os 16 milhões de cópias —, Back to Black ficou marcado pela autenticidade de uma artista que expôs, sem filtros, as suas feridas e contradições.
Na justificação oficial da Livraria do Congresso pode ler-se:
Winehouse ofereceu ao mundo um retrato cru e emotivo de dor, perda e resistência. Back to Black continua a ser uma referência para artistas em todo o mundo e um exemplo de coragem artística.
Amy Winehouse faleceu em 2011, aos 27 anos, mas o seu legado não cessou de crescer. A entrada de Back to Black no National Recording Registry sela o seu estatuto como uma das vozes mais poderosas e influentes da música moderna — uma artista que, com apenas um punhado de canções, deixou uma marca indelével na história da soul e do pop.