A cerimónia da Rock & Roll Hall of Fame deste ano começou com uma homenagem a Sly Stone, que morreu em Junho aos 82 anos. O tributo reuniu um conjunto improvável de músicos e mostrou o alcance da sua influência, Stevie Wonder, Beck, Maxwell, Flea, Questlove e Jennifer Hudson dividiram o palco para celebrar o legado do criador dos Sly and the Family Stone.
O público do Peacock Theatre, em Los Angeles, assistiu a uma sucessão de momentos que revisitaram algumas das canções que mudaram a música americana nos anos 60 e 70. “Dance to the Music” abriu a noite com Stevie Wonder ao teclado e Beck na guitarra. Maxwell deu voz a “Everyday People”, um dos maiores hinos de unidade da época. A energia subiu com “Thank You (Falettinme Be Mice Elf Agin)”, com Flea no baixo e Questlove na bateria, e o encerramento coube a Jennifer Hudson, que cantou “I Want to Take You Higher” com a força de um gospel.

A homenagem serviu de ponto de partida para uma cerimónia marcada por cruzamentos de gerações e géneros, num alinhamento que espelhou a diversidade que Sly Stone sempre defendeu. O músico, que já integrava o Hall of Fame desde 1993 com os Family Stone, foi recordado como um dos artistas que mais contribuíram para a fusão entre funk, soul, rock e psicadelismo, abrindo caminho a nomes como Prince, Lenny Kravitz ou D’Angelo.
Ao longo da atuação, imagens de arquivo e excertos de entrevistas de Sly Stone projetaram-se no ecrã, sublinhando a importância da sua mensagem de inclusão e da liberdade criativa que sempre guiou a sua obra. A reação do público foi calorosa, com uma ovação prolongada que marcou o arranque de uma das cerimónias mais emocionais dos últimos anos.
O tributo a Sly Stone não foi apenas uma celebração de carreira. Foi o reconhecimento de um espírito livre que acreditava que a música podia mudar comportamentos e unir pessoas diferentes no mesmo ritmo. E, por uma noite, conseguiu-o outra vez.