Lançado a 9 de Maio de 2014, Xscape marcou o segundo lançamento póstumo de Michael Jackson. Onze anos depois, o disco continua a levantar questões sobre a forma como a sua obra é gerida, mas também a revelar o impacto duradouro da voz, do estilo e da sensibilidade artística de um dos maiores nomes da música pop.
O álbum reúne oito faixas inéditas, gravadas entre 1980 e 2001, com novas produções a cargo de nomes como Timbaland, Rodney Jerkins, Stargate e Jerome "J-Roc" Harmon. O resultado é uma fusão entre o som clássico de Jackson e uma abordagem mais contemporânea. Para L.A. Reid, responsável pelo projecto, a missão era clara: “dar ao mundo música nova de Michael sem trair a sua visão”.
O destaque vai para Love Never Felt So Good, escrita com Paul Anka em 1980 e lançada em duas versões — uma a solo e outra em dueto com Justin Timberlake. O single conquistou o top 10 da Billboard e trouxe o groove clássico de Jackson a uma nova geração.
A recepção crítica foi, no entanto, dividida. A Rolling Stone destacou o esforço de manter a integridade artística de Jackson, considerando o álbum “respeitoso e, por vezes, brilhante”. Já a Pitchfork foi mais crítica, apontando que algumas faixas soam demasiado manipuladas, retirando a espontaneidade que sempre caracterizou o cantor.
Apesar disso, Xscape foi um sucesso comercial, atingindo o primeiro lugar em vários países e provando que o interesse pela música de Michael Jackson continua vivo. Onze anos depois, permanece como um exercício de equilíbrio entre o respeito pelo legado e a vontade de o manter presente no mundo actual.