
1967 Aretha Franklin
A 3 de Junho de 1967, Respect chegou ao primeiro lugar do top de vendas nos Estados Unidos. O nome Aretha Franklin tornava-se incontornável e a sua voz ecoava como símbolo de liberdade, dignidade e força — especialmente para as mulheres e para a comunidade afro-americana.
Originalmente escrita e gravada por Otis Redding em 1965, Respect foi transformada por Aretha numa verdadeira afirmação de poder feminino. Com uma nova estrutura rítmica, arranjos mais vivos, coros marcantes e o icónico “R-E-S-P-E-C-T”, Aretha não pediu — exigiu — respeito. E o mundo ouviu.
“Ela pegou numa grande canção e tornou-a ainda maior,” reconheceria mais tarde Otis Redding, num dos seus concertos.
“Ela acrescentou-lhe coisas… passou a ser a canção dela.”
A canção rapidamente se tornou um marco do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos, cruzando as fronteiras da música para se afirmar como um grito coletivo. Em plena década de 60, com a luta racial e a afirmação do feminismo a ganhar força, Respect transformou-se numa bandeira de resistência e afirmação.
A crítica reagiu de forma entusiasta. A revista Rolling Stone descreveu a canção como “um momento de viragem na música soul e na cultura americana”, e anos depois viria a incluí-la na sua lista das 500 maiores canções de sempre, posicionando-a em 1.º lugar na actualização de 2021.
O impacto foi imediato: #1 no top de singles da Billboard Hot 100 e também no top de R&B. A performance de Aretha Franklin tornou-se icónica, com interpretações ao vivo que electrizavam o público. Em 1968, cantou Respect em Washington durante a cerimónia fúnebre do reverendo Martin Luther King Jr., tornando-a ainda mais simbólica.
“Essa canção pôs toda a gente de pé — foi o apelo dela ao mundo,” escreveu David Ritz, autor da biografia Respect: The Life of Aretha Franklin.
Mais de cinco décadas depois, Respect mantém-se como um dos hinos mais poderosos da música popular. A sua mensagem continua a ressoar em lutas por igualdade, reconhecimento e justiça — uma palavra, sete letras e uma voz que mudou a história.