A 14 de abril de Em 1976, Stevie Wonder protagonizou um momento histórico na indústria musical ao assinar com a Motown aquele que, até então, foi o maior contrato discográfico de sempre. Avaliado em cerca de 13 milhões de dólares — o equivalente a mais de 60 milhões nos dias de hoje — o acordo marcou não só uma viragem na relação entre artistas e editoras, como também confirmou o estatuto de Wonder como génio absoluto da música.

Depois de uma sequência de álbuns revolucionários como Talking Book, Innervisions e Fulfillingness’ First Finale, Stevie estava no auge criativo e comercial. A Motown sabia que não podia correr o risco de o perder. O contrato previa sete anos de exclusividade e garantia ao artista liberdade total para produzir a sua música — algo raro na época, especialmente numa editora conhecida por controlar fortemente os seus talentos.

Este acordo não foi apenas um feito financeiro; foi uma afirmação artística. Stevie Wonder conquistou autonomia para continuar a expandir os limites da soul, do funk e da pop, com o emblemático Songs in the Key of Life a surgir logo de seguida, em 1976 — um álbum que cimentaria para sempre o seu lugar na história da música.

Mais do que um contrato, foi um momento simbólico: um artista negro a assumir o controlo do seu destino num meio dominado por estruturas rígidas e desigualdades. E a Motown, ao reconhecer isso, soube garantir que a sua estrela mais brilhante continuaria a iluminar o mundo.