A soul perdeu o seu principe a 1 de Abril de 1984
Marvin Gaye foi uma das maiores estrelas soul, ajudando a definir o som da Motown nos anos 60, antes de uma abordagem com umas mensagem bem mais audaz nos anos 70. As suas primeiras gravações cunharam o título Príncipe da Soul, e as últimas foram a voz de uma geração hávida por mudanças. What’s Going On, de 1971, é, ainda hoje, uma das maiores canções de protesto.
Marvin não viveu para celebrar 45 anos, foi morto um dia antes, pelo pai, o Reverendo Marvin Gay Sr. Marvin Gaye e o pai não tinham uma boa relação. Muitas vezes disse que viver com o pai era como viver com um rei soberano. A mãe defendeu-o muitas vezes, e falou outras tantas, da animosidade entre pai e filho.
Alberta Cooper Gay falou abertamente sobre a rejeição do marido que não amava Marvin, e não aceitava que ela amasse o filho, algo que não conseguia entender. Marvin, segundo a mãe, percebeu cedo a animosidade do pai.
No livro Trouble Man, biografia escrita por Steve Turner, lê-se que o pai tinha inveja do sucesso do filho, e que vivia ressentido por ele não viver uma boa vida, foram o motivo que levou ao assassinato.
A relação tumultuosa teve ponto alto a 1 de Abril de 1984, na casa dos pais em L.A. Diz-se que Marvin Gaye defendeu a mãe numa discussão, e que, após um breve confronto físico, o pai de Marvin, alvejou o filho duas vezes. O primeiro tiro foi fatal, mas o pai ainda disparou um segundo.
As palavras finais de Marvin terão sido ”consegui que ele fizesse o que eu próprio não consegui.”
Gay Sr. deu-se como culpado, assumindo que tinha disparado a arma, mas que pensava estar descarregada. Foi condenado a uma pena suspensa de 6 anos e 5 anos de liberdade condicional. Faleceu em 1998, de pneumonia. (Luis Talete)