Hoje celebramos os 75 anos de Stevie Wonder — uma lenda viva, um génio musical, um espírito incansável cuja obra moldou o som e o coração do século XX. Nascido a 13 de Maio de 1950, em Saginaw, Michigan, foi um prodígio desde cedo. Cego desde o nascimento, encontrou na música um universo inteiro — e aos 11 anos já assinava com a Motown, onde se deu a conhecer como “Little Stevie Wonder”.
Com a harmónica, a voz e o groove contagiante, encantou o mundo antes mesmo da adolescência. Mas foi na década de 70 que a sua criatividade explodiu de forma inigualável. Os álbuns Talking Book (1972), Innervisions (1973), Fulfillingness’ First Finale (1974) e o monumental Songs in the Key of Life (1976) formam um corpo de obra que transcende géneros. Misturam soul, funk, jazz, pop, electrónica e uma forte consciência social — tudo com uma elegância musical absolutamente única. Stevie disse uma vez:
“A música, na sua essência, é o que nos dá memórias. E as memórias guardadas na música são aquelas que mais nos tocam.”
E a verdade é que os seus temas fazem parte da memória colectiva do mundo. Clássicos como Superstition, Higher Ground, Living for the City ou As continuam a atravessar gerações, a inspirar artistas e a tocar quem ouve — seja num rádio antigo, numa pista de dança ou num sample de hip hop.
Ao longo da sua carreira, Stevie usou sempre a sua arte para lutar por justiça, inclusão e humanidade. Foi uma das vozes mais activas na campanha pelo feriado nacional em homenagem a Martin Luther King Jr. e sempre falou alto contra a discriminação racial, a desigualdade e o ódio.
“Nós temos que nos unir numa só voz e dizer que a justiça e a liberdade são direitos inegociáveis de todos os seres humanos.”, declarou em 1980.
Com mais de 100 milhões de discos vendidos, 25 prémios Grammy, uma carreira que atravessa sete décadas, e canções que são verdadeiros hinos à emoção e à esperança, Stevie Wonder é um artista sem paralelo. Mas mais do que isso, é um símbolo da capacidade humana de transformar a adversidade em beleza, e a dor em inspiração.
“Se pudermos ver com o coração, então todos podemos ver,” disse numa entrevista. E talvez seja isso que define Stevie Wonder: um homem que sempre viu o mundo com o coração — e o partilhou connosco através da música.
Hoje celebramos os seus 75 anos com gratidão e admiração. Pela música, pela mensagem, e por tudo o que representa.