Numa soul de luxo e consciência, Harding troca ilusões por clareza — porque amar, às vezes, é ver tudo… e escolher ficar.
Residência 2078
Curtis Harding – True Love Can’t Be Blind
Edição: 13 de Junho de 2025
Profunda, cinematográfica, intemporal.
Curtis Harding regressa à Avenida Marginal com True Love Can’t Be Blind, uma balada soul de arranjos luxuriantes e emoção contida, onde a sua voz nos fala de um amor consciente, que vê, aceita e escolhe ficar. Longe do cliché do “amor cego”, Harding propõe outro caminho: a ternura que resiste porque sabe, não porque ignora.
Este é o segundo avanço do álbum Departures & Arrivals: Adventures of Captain Curt, com lançamento marcado para 5 de Setembro. Um projecto conceptual que acompanha um piloto perdido no espaço — uma metáfora para quem se procura no meio do caos, entre memórias e afectos.
Gravado ao vivo nos estúdios de Adrian Quesada (Black Pumas), e com arranjos orquestrais de Steve Hackman, o disco funde soul, space-funk, psicadelia e disco. A produção é assinada pelo próprio Harding, que assume o leme de uma narrativa sonora ambiciosa: um disco que é viagem, reencontro e paisagem emocional.
Curtis Harding cresceu a ouvir gospel, entre igrejas e digressões com a mãe, cantora evangélica. Mais tarde, passou pelo rock de garagem e pelo hip-hop. Toda essa bagagem moldou uma estética própria — com raízes na tradição e olhos postos no futuro. Um estilo onde se cruzam Marvin Gaye e Shuggie Otis com Spiritualized, Danger Mouse ou Childish Gambino.
2025 marca o regresso com There She Goes e agora com True Love Can’t Be Blind — dois temas que apontam para um disco que é mais do que colecção de canções: é uma afirmação artística. Em tempos de ruído e urgência, Harding opta pela profundidade, pela composição cuidada, pela palavra sentida.
True Love Can’t Be Blind lembra-nos que o amor verdadeiro não é um salto no escuro — é um lugar onde se vê tudo, mesmo o imperfeito, e se escolhe ficar.