A 8 de abril de 1991, os Massive Attack lançaram Blue Lines e, com ele, deram ao mundo um novo som: o trip-hop. Vindos de Bristol, reinventaram as paisagens sonoras urbanas, misturando soul, dub, hip-hop e electrónica com uma subtileza até então inédita. Blue Lines não procurava agradar às massas — procurava dizer a verdade, com batidas lentas, atmosferas densas e vozes que pareciam falar diretamente à alma.

Este álbum de estreia não foi apenas uma revelação estética; foi uma afirmação artística. “Unfinished Sympathy”, com os arranjos de cordas cinematográficos e a voz poderosa de Shara Nelson, continua a ser uma das faixas mais emocionantes de sempre. “Safe From Harm” abre o disco com uma tensão contida que define o tom: introspectivo, inquieto, implacavelmente honesto.

Blue Lines é muitas vezes descrito como o ponto zero do trip-hop, mas é mais do que isso. É um álbum que captou o espírito de uma cidade multicultural em transformação e deu-lhe linguagem própria. Tricky, 3D e Daddy G provaram que era possível dançar com a mente e sentir com o corpo — tudo ao mesmo tempo.