1979 Donna Summer & Barbra Streisand
A 24 de novembro de 1979, “No More Tears (Enough Is Enough)”, união rara entre Barbra Streisand e Donna Summer, alcança o n.º 1 do top de singles nos Estados Unidos. Com este feito, torna-se o primeiro dueto entre duas mulheres a chegar ao topo do mercado americano, num momento em que a era disco ainda dominava as pistas, mas começava a enfrentar o desgaste mediático do movimento “disco sucks”.
A canção nasceu de um encontro improvável. Streisand era já uma das figuras mais celebradas da música e do cinema, com uma imagem centrada na pop adulta e em grandes baladas. Summer era a absoluta rainha do disco, com uma sucessão de êxitos produzidos em parceria com Giorgio Moroder e Pete Bellotte. Juntar duas artistas com universos tão distintos exigiu um equilíbrio delicado, e “No More Tears (Enough Is Enough)” acabou por se tornar precisamente isso: um ponto de encontro entre a grandiosidade pop de Streisand e a pulsação de pista que definia Summer.
Produzida por Gary Klein e pelas equipas de estúdio ligadas a ambos os lados, a canção teve duas versões oficiais: uma edição mais curta, pensada para rádio, e uma versão mais longa e orientada para clubes, onde o arranjo disco ganha mais espaço. Foi incluída nos álbuns Wet (de Barbra Streisand) e On the Radio: Greatest Hits Volumes I & II (de Donna Summer), estratégia que ajudou a aumentar a exposição do tema junto de públicos diferentes.
O impacto foi imediato. O single entrou diretamente para as playlists das rádios norte-americanas, subiu rapidamente nas tabelas e marcou presença forte em discotecas de todo o país, ajudado pela dimensão vocal das duas intérpretes, que transformaram a música num hino de ruptura emocional e afirmação pessoal. A química entre ambas era evidente, apesar de raramente terem interpretado o tema ao vivo em conjunto.
O n.º 1 alcançado neste dia, marcou a história da música norte-americana, não só pelo feito inédito, mas também pelo simbolismo: duas artistas no auge das suas carreiras, vindas de mundos criativos distintos, unidas num single que capturou a energia e o dramatismo do final dos anos 70.