2006 Amy Winehouse
Amy Winehouse lança Back to Black. Um disco que, sem o saber, ia marcar uma geração inteira. Depois de Frank, o primeiro álbum que já deixava adivinhar talento fora do comum, Amy regressou mais crua, mais direta, mais vulnerável. Inspirada pela soul dos anos 60 e pelas girl groups da Motown, escreveu sobre o amor e as suas ruínas com uma honestidade desconcertante. As canções nasceram após o fim da relação com Blake Fielder-Civil, e tudo, da voz ao olhar, parecia sangrar essa história.
Gravado entre Londres e Nova Iorque, com produção de Mark Ronson e Salaam Remi, Back to Black uniu passado e presente: arranjos vintage, com batidas modernas; melodias clássicas, mas com uma alma que soava urgente. “Rehab”, “You Know I’m No Good”, “Tears Dry on Their Own” ou “Love Is a Losing Game” tornaram-se hinos instantâneos.
A crítica rendeu-se de imediato. A Rolling Stone chamou-lhe “um dos melhores discos da década”. O NME elogiou a forma como Amy “deu à soul uma nova vida”. O The Guardian falou de “um talento incontrolável, autêntico, impossível de domesticar”. No público, a reação foi parecida: as canções deixavam marcas, como se todos tivessem vivido um pedaço da sua dor.
O álbum valeu-lhe cinco Grammys, incluindo o de Álbum do Ano, e devolveu a soul à linha da frente da música pop. Mas também expôs o lado mais frágil de Amy Winehouse, a fama, o vício, a luta constante com a própria sombra.