Lou Reed
Lou Reed morre aos 71 anos, em Nova Iorque, depois de complicações relacionadas com um transplante de fígado. Figura central da música moderna, Reed deixou uma marca profunda na forma como o rock pode ser cru, poético e desconfortável. A voz seca, as histórias de margens urbanas, o olhar frio sobre o amor, o vício e a solidão, tudo isso moldou uma geração de músicos e ouvintes.
A notícia correu o mundo em minutos. David Bowie chamou-lhe “um mestre”. Iggy Pop disse que a sua morte foi “um choque total”. Patti Smith escreveu que o via como “um príncipe e um poeta”. Para muitos, Reed era mais do que um músico, era uma referência de autenticidade, um espelho da vida sem manipulações.
Dos tempos com os Velvet Underground à carreira a solo, Lou Reed foi sempre incómodo e necessário. Cantou as ruas e os seus personagens com uma frieza que escondia compaixão. Transformer, com “Walk on the Wild Side”, levou o underground à rádio. Berlin mostrou o lado mais sombrio do amor. New York foi o retrato cru de uma cidade que o moldou e que ele descreveu melhor do que ninguém.
A sua morte deixou um silêncio pesado, mas breve, porque a sua voz nunca chegou a calar-se. Continua a ecoar nos discos, nas palavras e na atitude de quem aprendeu com ele que a honestidade também pode ser arte.