Solange Piaget Knowles nasceu em Houston, Texas, em 1986. Cresceu num ambiente ligado ao entretenimento — filha de Mathew Knowles e Tina Lawson, e irmã mais nova de Beyoncé — mas desde cedo se afirmou como uma artista independente, com um percurso distinto, fortemente ligado à expressão artística livre e à afirmação da identidade negra.

Lançou o seu primeiro álbum, “Solo Star” (2002), ainda adolescente. Embora o disco tenha tido sucesso moderado, foi com o segundo álbum, “Sol-Angel and the Hadley St. Dreams” (2008), que começou a ganhar atenção crítica, ao fundir R&B contemporâneo com influências retro, como o soul dos anos 60 e 70.

O grande reconhecimento internacional chegou em 2016, com o aclamado “A Seat at the Table”, que estreou no #1 da Billboard 200. O álbum explora temas como racismo, identidade, empoderamento e cura emocional, com uma sonoridade suave, minimalista e profundamente emocional. A canção “Cranes in the Sky” ganhou um Grammy de Melhor Performance R&B e tornou-se um hino de reflexão e resistência.

Em 2019, editou “When I Get Home”, um disco mais experimental e conceptual, que combinou música, imagem, arquitetura e performance. Fortemente inspirado pela sua cidade natal, Houston, o álbum foi acompanhado por um filme visual e apresentado em espaços de arte como o Museu de Arte Contemporânea de Houston, o Guggenheim, e o Getty Center, numa abordagem que funde música com arte contemporânea.

Para além da música, Solange tem-se destacado como curadora, realizadora e artista multidisciplinar, criando peças performativas e visuais que abordam temas como a negritude, a memória, a ancestralidade e o corpo. Em 2022, tornou-se a primeira compositora negra a criar uma peça original para o New York City Ballet, confirmando o seu alcance muito para lá do universo da pop.

Ao longo da sua carreira, tem colaborado com artistas como Dev Hynes (Blood Orange), Sampha, Raphael Saadiq, Q-Tip, entre outros. A sua obra está profundamente ligada à estética do sul dos EUA, ao minimalismo sonoro, ao jazz espiritual e a uma abordagem afrocentrada da arte.

Solange Knowles é hoje uma das artistas mais respeitadas da sua geração — não apenas pela música que faz, mas pela forma como desafia as fronteiras entre géneros, disciplinas e expectativas comerciais. Ao celebrar 39 anos, Solange é símbolo de integridade artística, liberdade criativa e inovação.